segunda-feira, 10 de junho de 2013

Epístola - Sílva Alvarenga


Gênio fecundo e raro, que com polidos versos
A natureza pintas em quadros mil diversos:
Que sabes agradar, e ensinas por seu turno
A língua que convém ao trágico coturno:
Téu Pégaso não voa furioso, e desbocado
A lançar-se das nuvens no mar precipitado,
Nem pisa humilde o pó; mas por um nobre meio
Sente a doirada espora, conhece a mão e o freio:
Tu sabes evitar se um tronco ou jaspe animas,
Do sombrio espanhol os góticos enigmas,
Que inda entre nós abortam alentos dissolutos,
Verdes indgnações, escândalos corruptos
Tu revolves e excitas, conforme as ocasiões
Do humano coração a origem das paixões.

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